terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Já dormi algumas vezes durante o vôo", diz co-piloto”


Um co-piloto de 31 anos baseado em São Paulo, funcionário do Gol desde 2005, disse que ele mesmo e vários colegas já pegaram no sono durante viagens. “Eu já dormi algumas vezes em vôo.
Estamos bem sobrecarregados mesmo, e está complicado de manter a cabeça no que estamos fazendo. Precisamos “de tranqüilidade e de uma jornada decente, mas o que acontece é que somos explorados ao máximo”, disse o tripulante, que preferiu não se identificar para não sofrer retaliações da empresa.
Outro co-piloto que também não quis se identificar afirmou que quando não há uma jornada de trabalho regular não é “incomum piloto e co-pilotos dormirem em pleno vôo”. “Pedimos para o chefe de cabine ir de meia em meia hora checar se há alguém acordado. É um risco enorme, e tudo isso foi muito agravado em julho”, diz o funcionário, de 30 anos, há quatro no Gol.
O tripulante narra um episódio ocorrido com um comandante com quem voou recentemente. “Ele estava com duas olheiras enormes, parecia um zumbi. Estava com 95 horas de vôo na semana, viajando pela quarta madrugada seguida, dormindo apenas três horas por dia. Ele pediu para eu o acordar na hora de fazer o táxi do avião. Eu o acordei, mas ele me pediu para dormir mais um pouco e só acordá-lo na hora do pouso. O acordei novamente só bem na hora de pousar. O cara estava mal”
Outro chefe de cabine, que possui 31 anos e está há seis no Gol, afirma que além do excesso de trabalho, os tripulantes estão sujeitos a riscos decorrentes da falta de infra-estruturar adequada no espaço aéreo brasileiro

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